A sustentabilidade é um conceito abrangente e multifacetado que se refere à nossa capacidade de atender às necessidades do presente, sem comprometer a vida digna das gerações futuras. A partir de políticas e de interação entre as nações é possível pensar o desenvolvimento de forma mais próspera, justa e mais segura, conciliando crescimento econômico, manutenção dos recursos naturas e qualidade de vida.
A definição de Desenvolvimento Sustentável como descrita acima teve origem no Relatório Brundtland – Our Common Future, resultado da Assembleia Geral da ONU de 1987, que tratou os desafios do “futuro” (à época, o futuro era o ano 2000) como possibilidade para uma nova era de crescimento econômico, a partir de ações e políticas fundadas três pilares:
- Sustentabilidade ambiental: Preservação do meio ambiente, dos recursos naturais e da biodiversidade para as gerações futuras.
- Sustentabilidade social: Garantia de justiça social, equidade e bem-estar para todos os membros da sociedade.
- Sustentabilidade econômica: Desenvolvimento econômico viável a longo prazo, com governança e transparência, respeitando os limites ambientais e sociais e levando em consideração as diferenças e vulnerabilidades entre as nações, especialmente dos países em desenvolvimento.
Os quatro pilares do desenvolvimento sustentável
Qualquer política de desenvolvimento sustentável atenderá quatro conceitos fundamentais: Responsabilidade, Mitigação, Adaptação e Integração.
1. Responsabilidade:
A responsabilidade no desenvolvimento sustentável implica na obrigação ética e social balizadora de políticas das organizações (públicas e privadas) de agir de forma a atender às necessidades presentes sem comprometer a vida das futuras gerações.
Isso se traduz basicamente em ações de comando e controle (ou normativas e monitoramento) para garantir o desenvolvimento econômico sejam de forma a:
- Minimizar o impacto ambiental das atividades humanas, preservando recursos naturais e ecossistemas.
- Promover o desenvolvimento socialmente justo e equitativo, garantindo acesso a oportunidades e bem-estar para todos.
- Assegurar a viabilidade econômica a longo prazo, adotando práticas responsáveis e eficientes.
2. Mitigação:
A mitigação no contexto do desenvolvimento sustentabilidade se refere às ações tomadas para reduzir as causas e os impactos negativos de emergência climática e de outros desafios ambientais, inclusive em relação aos seus aspectos sociais. Isso inclui:
- Redução de desmatamento, proteção da biodiversidade, projetos de negócios conservacionistas e de uso sustentável dos recursos florestais pelas comunidades locais.
- Financiamento de projetos para manutenção de florestas e biodiversidade, como crédito de carbono e serviços ambientais.
- Implementação de programas de apoio à comunidade local, que promovam equidade de gênero e diversidade, cursos de qualificação profissional, incentivo à educação e financiamento para novos negócios.
- Investimento em fontes de energia alternativas e renováveis, como biocombustíveis, solar, eólica e hidrelétrica, que não contribuem para o aquecimento global.
- Adoção de práticas agrícolas e industriais mais sustentáveis, que reduzam o consumo de recursos e a geração de resíduos.
3. Adaptação:
A adaptação para o desenvolvimento diz respeito à capacidade de se ajustar às mudanças ambientais que já estão acontecendo, principalmente as consequências da emergência ambiental. Isso envolve:
- Implementar políticas públicas e planos de ação para cidades preparadas para proteger comunidades e infraestruturas, em caso de eventos climáticos extremos, como elevação do nível do mar, secas e inundações.
- Desenvolver sistemas agrícolas e de gestão de água mais resilientes às mudanças nas condições climáticas.
- Promover projetos e desenvolver políticas públicas de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias, produtos produzidos a partir de resíduos, economia circular e materiais alternativos.
4. Integração:
O quarto elemento crucial da sustentabilidade é a integração. A sustentabilidade não se limita a ações isoladas em cada um dos pilares mencionados anteriormente, mas sim à integração harmônica das dimensões ambiental, social e econômica em todos os aspectos da vida. Isso significa:
- Considerar as implicações sociais e ambientais no planejamento estratégico, na remuneração dos executivos seniores (c-level), nas decisões econômicas, na escolha de fornecedores e prestadores de serviços em toda a cadeia de consumo.
- Promover o desenvolvimento social por meio de projetos que fomente a geração de receitas advindas de fontes alternativas e de comunidade locais.
- Adotar políticas públicas que conciliem crescimento econômico com a proteção ambiental e o bem-estar social.