Quatro pilares do desenvolvimento sustentável: saiba quais são eles

Qualquer política de desenvolvimento sustentável atenderá quatro conceitos fundamentais: Responsabilidade, Mitigação, Adaptação e Integração; veja a definição completa no Blog Ambiente Sustentável

Blog produzido por Flávia Marcilio e José Davi Fidalgo

A sustentabilidade é um conceito abrangente e multifacetado que se refere à nossa capacidade de atender às necessidades do presente, sem comprometer a vida digna das gerações futuras. A partir de políticas e de interação entre as nações é possível pensar o desenvolvimento de forma mais próspera, justa e mais segura, conciliando crescimento econômico, manutenção dos recursos naturas e qualidade de vida.

A definição de Desenvolvimento Sustentável como descrita acima teve origem no Relatório Brundtland – Our Common Future, resultado da Assembleia Geral da ONU de 1987, que tratou os desafios do “futuro” (à época, o futuro era o ano 2000) como possibilidade para uma nova era de crescimento econômico, a partir de ações e políticas fundadas três pilares:

  • Sustentabilidade ambiental: Preservação do meio ambiente, dos recursos naturais e da biodiversidade para as gerações futuras.
  • Sustentabilidade social: Garantia de justiça social, equidade e bem-estar para todos os membros da sociedade.
  • Sustentabilidade econômica: Desenvolvimento econômico viável a longo prazo, com governança e transparência, respeitando os limites ambientais e sociais e levando em consideração as diferenças e vulnerabilidades entre as nações, especialmente dos países em desenvolvimento.

Os quatro pilares do desenvolvimento sustentável

Qualquer política de desenvolvimento sustentável atenderá quatro conceitos fundamentais: Responsabilidade, Mitigação, Adaptação e Integração.

1. Responsabilidade:

A responsabilidade no desenvolvimento sustentável implica na obrigação ética e social balizadora de políticas das organizações (públicas e privadas) de agir de forma a atender às necessidades presentes sem comprometer a vida das futuras gerações.

Isso se traduz basicamente em ações de comando e controle (ou normativas e monitoramento) para garantir o desenvolvimento econômico sejam de forma a:

  • Minimizar o impacto ambiental das atividades humanas, preservando recursos naturais e ecossistemas.
  • Promover o desenvolvimento socialmente justo e equitativo, garantindo acesso a oportunidades e bem-estar para todos.
  • Assegurar a viabilidade econômica a longo prazo, adotando práticas responsáveis e eficientes.

2. Mitigação:

A mitigação no contexto do desenvolvimento sustentabilidade se refere às ações tomadas para reduzir as causas e os impactos negativos de emergência climática e de outros desafios ambientais, inclusive em relação aos seus aspectos sociais. Isso inclui:

  • Redução de desmatamento, proteção da biodiversidade, projetos de negócios conservacionistas e de uso sustentável dos recursos florestais pelas comunidades locais.
  • Financiamento de projetos para manutenção de florestas e biodiversidade, como crédito de carbono e serviços ambientais.
  • Implementação de programas de apoio à comunidade local, que promovam equidade de gênero e diversidade, cursos de qualificação profissional, incentivo à educação e financiamento para novos negócios.
  • Investimento em fontes de energia alternativas e renováveis, como biocombustíveis, solar, eólica e hidrelétrica, que não contribuem para o aquecimento global.
  • Adoção de práticas agrícolas e industriais mais sustentáveis, que reduzam o consumo de recursos e a geração de resíduos.

3. Adaptação:

A adaptação para o desenvolvimento diz respeito à capacidade de se ajustar às mudanças ambientais que já estão acontecendo, principalmente as consequências da emergência ambiental. Isso envolve:

  • Implementar políticas públicas e planos de ação para cidades preparadas para proteger comunidades e infraestruturas, em caso de eventos climáticos extremos, como elevação do nível do mar, secas e inundações.
  • Desenvolver sistemas agrícolas e de gestão de água mais resilientes às mudanças nas condições climáticas.
  • Promover projetos e desenvolver políticas públicas de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias, produtos produzidos a partir de resíduos, economia circular e materiais alternativos.

4. Integração:

O quarto elemento crucial da sustentabilidade é a integração. A sustentabilidade não se limita a ações isoladas em cada um dos pilares mencionados anteriormente, mas sim à integração harmônica das dimensões ambiental, social e econômica em todos os aspectos da vida. Isso significa:

  • Considerar as implicações sociais e ambientais no planejamento estratégico, na remuneração dos executivos seniores (c-level), nas decisões econômicas, na escolha de fornecedores e prestadores de serviços em toda a cadeia de consumo.
  • Promover o desenvolvimento social por meio de projetos que fomente a geração de receitas advindas de fontes alternativas e de comunidade locais.
  • Adotar políticas públicas que conciliem crescimento econômico com a proteção ambiental e o bem-estar social.

Flávia Marcilio e José Davi Fidalgo

Flávia Marcilio atua há mais de 30 anos com Direito Ambiental, Sustentabilidade e Emergência Ambiental, com consultivo e judicial para todos os setores, com ênfase em projetos de Agronegócio, Investimentos Florestais, Mineração e Negócios Imobiliários.

José Davi Fidalgo tem experiência com Direito Ambiental e Imobiliário, atendendo indústrias, instituições financeiras e o agronegócio na obtenção de licenças, na estruturação de fundos imobiliários e em operações no Mercado de Carbono.

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