A COP29 sobre o clima começou no Azerbaijão; confira os principais pontos em discussão

Encontro anual de países busca firmar compromissos internacionais para combater as mudanças climáticas; entre os principais temas em discussão estão o financiamento climático e a transição para as energias renováveis

Nos próximos dias, os líderes mundiais se reúnem em Baku, no Azerbaijão, para discutir as próximas etapas na busca pela neutralidade do carbono até 2050. O mundo está mais quente do que nunca, 2024 foi o primeiro ano em que a temperatura global ultrapassou 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, os eventos climáticos severos (grandes volumes de chuvas e períodos de secas) também se intensificam, gerando perdas irreparáveis.

A COP29 tem um papel crucial em definir metas mais ambiciosas e mobilizar recursos para enfrentar essa crise global.

COP é a sigla para Conferência das Partes. É um encontro anual de países que participam da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC). Os países signatários acordam metas e firmam compromissos internacionais, para combater as mudanças climáticas e seus impactos.

Os temas abordados nas COPs são diversos e incluem:

  • Mitigação: Redução das emissões de gases do efeito estufa através de medidas como a transição para energias renováveis, a eficiência energética e a proteção das florestas.
  • Adaptação: Preparação para os impactos inevitáveis das mudanças climáticas, como o aumento do nível do mar, eventos climáticos extremos e a escassez de água.
  • Financiamento: Mobilização de recursos financeiros para apoiar os países em desenvolvimento em suas ações de mitigação e adaptação.
  • Transferência de tecnologia: Facilitação da transferência de tecnologias limpas e eficientes para os países em desenvolvimento.
  • Perdas e danos: Discussão sobre como lidar com os impactos irreversíveis das mudanças climáticas, especialmente nos países mais vulneráveis.

Para esta COP29, destacamos os principais pontos de discussões:

  • Financiamento climático: Os países em desenvolvimento pressionam os países desenvolvidos pelo aumento significativo dos recursos financeiros destinados a ajudá-los a lidar com os impactos das mudanças climáticas e a realizar a transição para economias de baixo carbono.
  • Metas de redução de emissões: Embora as novas NDC (novos compromissos climáticos dos países signatários) tenham prazo para serem apresentadas até fevereiro de 2025. Os países foram incentivados a apresentar metas de redução de emissões mais ambiciosas, alinhadas com o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, conforme estabelecido no Acordo de Paris.
  • Adaptação: A adaptação aos impactos das mudanças climáticas também é tema central. Devem ser discutidas formas de fortalecer a resiliência de comunidades e ecossistemas vulneráveis, além de compartilhar boas práticas e experiências.
  • Perdas e danos: As discussões sobre perdas e danos causados pelas mudanças climáticas devem ganhar mais força na COP29. Países em desenvolvimento pressionaram por um mecanismo financeiro específico para lidar com os impactos irreversíveis das mudanças climáticas.
  • Energias renováveis: A transição para as energias renováveis e debates sobre como acelerar a implementação de tecnologias limpas e reduzir a dependência de combustíveis fósseis.
  • Desmatamento: A proteção das florestas e outros biomas e a redução do desmatamento, uma vez que desempenham um papel fundamental na absorção de carbono.

No próximo ano, a COP30 será no Brasil, em Belém (PA). Com ela tem-se a grande expectativa de se firmar compromisso global com a proteção da Amazônia e o combate ao desmatamento, à exploração mineral e de combustível fóssil.

Espera-se que a COP30 intensifique as discussões e as ações para preservar a floresta e promover o desenvolvimento sustentável da região. Estamos de olho.

Flávia Marcilio e José Davi Fidalgo

Flávia Marcilio atua há mais de 30 anos com Direito Ambiental, Sustentabilidade e Emergência Ambiental, com consultivo e judicial para todos os setores, com ênfase em projetos de Agronegócio, Investimentos Florestais, Mineração e Negócios Imobiliários.

José Davi Fidalgo tem experiência com Direito Ambiental e Imobiliário, atendendo indústrias, instituições financeiras e o agronegócio na obtenção de licenças, na estruturação de fundos imobiliários e em operações no Mercado de Carbono.

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